A resina odontológica é um material amplamente utilizado na clínica odontológica, especialmente em procedimentos restauradores estéticos e funcionais. Com avanços significativos na sua formulação e técnicas de aplicação, a resina composta tornou-se essencial no tratamento de diversos problemas dentários, desde pequenas restaurações até correções mais complexas. Este artigo aprofundará o conceito, tipos, indicações, vantagens, desvantagens, técnicas de aplicação e cuidados relacionados ao uso da resina odontológica.
A resina odontológica, também conhecida como resina composta, é um material restaurador sintético utilizado para reparar dentes danificados ou comprometidos por cáries, fraturas ou outros fatores. Ela é composta basicamente por uma matriz orgânica (geralmente à base de monômeros como o bis-GMA), cargas inorgânicas (partículas de vidro, sílica ou outros minerais) e agentes sensibilizadores que promovem a polimerização, além de pigmentos para obtenção da cor adequada.
O seu funcionamento se baseia na adesão micromecânica e química à estrutura dental, que é obtida através do condicionamento do esmalte e da dentina com ácidos e sistemas adesivos modernos. A polimerização da resina é ativada por uma fonte de luz específica (mostrada geralmente com luz azul de LED), que promove a transformação do material de estado plástico para rígido.
O uso das resinas na odontologia começou na década de 1950, a partir da descoberta de materiais compostos por monômeros acrílicos e metacrílicos. Inicialmente, as resinas apresentavam baixa resistência mecânica e alta contração durante a polimerização, o que limitava seu uso a pequenas restaurações em dentes anteriores. Com o avanço da ciência dos materiais, as resinas compostas evoluíram com a introdução de cargas inorgânicas, nanotecnologia, sistemas adesivos aprimorados e melhor controle da luz para fotopolimerização.
Hoje, as resinas são muito mais resistentes, estéticas, e possuem menor contração, ampliando suas indicações para dentes posteriores e restaurações mais complexas.
Existem diversos tipos de resinas odontológicas que podem ser classificadas de acordo com características específicas como tamanho da partícula, translucidez e uso indicado. A seguir estão os principais tipos:
Possuem partículas de carga maiores (entre 1 e 5 mícrons) que garantem boa resistência, porém menor brilho e textura superficial devido à rugosidade. São indicadas para restaurações em dentes posteriores, onde a força mastigatória é maior.
Contêm partículas mistas, com partículas maiores e menores. Oferecem um equilíbrio entre resistência mecânica e melhor acabamento superficial, sendo indicadas para dentes anteriores e posteriores.
Apresentam partículas muito pequenas (menos de 0,1 mícron), o que proporciona maior brilho, polimento e estética superior, porém menor resistência mecânica. Geralmente são utilizadas em dentes anteriores para restaurações estéticas.
Utilizam nanotecnologia com partículas ultrafinas minerais, que promovem alta resistência, brilho e durabilidade, além de maior facilidade para polimento e acabamento. São amplamente utilizados tanto em dentes anteriores quanto posteriores.
A resina odontológica tem uma ampla gama de aplicações na odontologia restauradora e estética. As principais indicações incluem:
O uso da resina como material restaurador apresenta diversas vantagens que justificam sua popularidade e amplo uso clínico:
Apesar das inúmeras vantagens, as resinas compostas também apresentam algumas limitações e desvantagens que o profissional deve considerar na escolha do material adequado:
Para garantir o sucesso do tratamento restaurador com resina, o profissional deve seguir rigorosamente algumas etapas durante o procedimento:
O isolamento absoluto com dique de borracha é fundamental para impedir a contaminação com saliva e sangue, garantindo melhor adesão do material.
Eliminar completamente a cárie e preparar uma cavidade adequada para a aplicação da resina, preservando o máximo possível da estrutura dental saudável.
Aplicação de ácido fosfórico a 37% por 15 a 30 segundos no esmalte e dentina, seguida de lavagem e secagem para promover microretentividade e potencializar a adesão.
Uso de primer e adesivo conforme o sistema escolhido (total-etch, self-etch ou universal), com agitação e secagem para formar uma camada resinosa que penetre na dentina e esmalte.
A resina deve ser inserida em camadas finas (1 a 2 mm) para minimizar contração e garantir polimerização homogênea. Cada camada deve ser fotopolimerizada individualmente.
Utilização de luz LED com intensidade e tempo adequados para ativar a polimerização dos monômeros, transformando a resina de um estado plástico para rígido.
Após a finalização, o material deve ser cuidadosamente ajustado e polido para garantir um contorno anatômico adequado, oclusão correta e acabamento estético brilhante.
Para prolongar a durabilidade e preservar a estética das restaurações em resina, é importante que o paciente observe alguns cuidados:
A área de materiais compostos para odontologia está em constante evolução, com pesquisas voltadas para melhorar as propriedades mecânicas, adesivas, estéticas e biocompatíveis das resinas. Algumas das tendências recentes incluem:
A resina odontológica é um material fundamental para a odontologia contemporânea, que alia estética e funcionalidade em procedimentos restauradores e estéticos. Seu uso adequado, aliado a um protocolo clínico rigoroso, permite resultados duradouros e satisfatórios para o paciente. Com os avanços tecnológicos e a constante inovação no campo dos materiais odontológicos, espera-se que as resinas continuem a evoluir, ampliando suas indicações e melhorando a qualidade do atendimento odontológico.
Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!
Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!