A odontologia é uma área da saúde que evoluiu significativamente ao longo dos anos, especialmente no que diz respeito aos materiais utilizados para tratamentos e procedimentos. A escolha adequada dos materiais odontológicos é fundamental para garantir a eficácia dos tratamentos, a durabilidade das restaurações e a satisfação do paciente. Neste artigo, abordaremos os principais materiais odontológicos utilizados na prática clínica, suas características, indicações e avanços tecnológicos.
Os materiais odontológicos podem ser classificados de diferentes formas, dependendo do seu uso, composição química e propriedades físicas. Em geral, eles são divididos em:
Os materiais restauradores são os mais comuns na odontologia e destinam-se à reparação da estrutura dental perdida ou danificada.
O amálgama é uma liga metálica composta por mercúrio, prata, estanho, cobre e outros metais. Foi amplamente utilizado por muitas décadas devido à sua resistência e durabilidade. No entanto, seu uso vem sendo reduzido devido a preocupações estéticas e ambientais relacionadas ao mercúrio. O amálgama é indicado principalmente para restaurações em dentes posteriores que exigem alta resistência mecânica.
As resinas compostas são materiais à base de polímeros acrílicos e carga de partículas inorgânicas. Elas oferecem uma excelente estética devido à possibilidade de replicar a cor natural dos dentes. Além disso, apresentam boa adesão à estrutura dental quando utilizadas técnicas adesivas adequadas. As resinas compostas são indicadas para restaurações em dentes anteriores e posteriores, especialmente em áreas visíveis.
Os cimentos são materiais utilizados para cimentação de próteses, restaurações indiretas e como bases protetoras na cavidade dentária. Existem diversos tipos, incluindo o cimento de ionômero de vidro, cimento resinoso, cimento de fosfato de zinco e cimento de óxido de zinco e eugenol. Cada tipo possui características específicas de resistência, adesão e biocompatibilidade.
Esses materiais são fundamentais para o cuidado e manutenção da saúde bucal, atuando na prevenção de cáries e outras patologias.
Os selantes são materiais aplicados sobre as superfícies oclusais dos dentes posteriores para prevenir a infiltração de placa bacteriana e o desenvolvimento de cáries. Geralmente, são resinas compostas fluídas que sigilam os sulcos e fissuras. São recomendados para crianças e adolescentes, principalmente em dentes recém-erupcionados.
Materiais à base de flúor, como vernizes fluoretados e géis, são utilizados para fortalecer o esmalte dental e aumentar sua resistência contra a cárie. A aplicação tópica de fluoretos é uma estratégia preventiva eficaz, amplamente utilizada em consultórios odontológicos.
A confecção de próteses dentárias envolve diversos materiais, escolhidos conforme o tipo de prótese e a área de aplicação.
As resinas acrílicas são amplamente usadas na confecção de próteses totais e parciais removíveis. São materiais resistentes, fáceis de manipular e relativamente estéticos. Além disso, podem ser facilmente reparados em caso de fraturas.
Para a confecção de próteses fixas e próteses parciais removíveis metálicas, são utilizadas ligas de ouro, cobalto-cromo e níquel-cromo. Estas ligas oferecem alta resistência mecânica e durabilidade, além de serem biocompatíveis. No entanto, algumas pessoas podem apresentar alergia a determinados metais, o que deve ser avaliado antes da escolha do material.
As cerâmicas são materiais estéticos que apresentam alta resistência e translucidez similar ao dente natural. São muito utilizadas em próteses fixas, facetas e lentes de contato dental. As principais cerâmicas usadas são a porcelana feldspática, dissilicato de lítio e zircônia.
Os aparelhos ortodônticos requerem materiais específicos que possibilitem a movimentação dentária de forma segura e eficaz.
São confeccionados principalmente em aço inoxidável, ligas de níquel-titânio e ligas beta-titânio. O aço inoxidável é resistente e de fácil ajuste; o níquel-titânio possui memória de forma e superelasticidade, facilitando a movimentação ortodôntica; e o beta-titânio combina boa flexibilidade com resistência.
Podem ser metálicos, cerâmicos ou de safira. Cada tipo possui vantagens estéticas e mecânicas, e a escolha depende da necessidade do tratamento e da preferência do paciente.
Na cirurgia oral, o uso de materiais biocompatíveis é essencial para promover a cicatrização e minimizar complicações.
As suturas podem ser absorvíveis ou não absorvíveis. As absorvíveis, feitas de materiais como ácido poliglicólico, degradam-se no tecido, eliminando a necessidade de remoção; já as não absorvíveis, como o náilon, precisam ser retiradas após a cicatrização.
Enxertos ósseos, membranas de regeneração e fatores de crescimento são usados para estimular a regeneração óssea e tecidual em procedimentos como implantes e cirurgias periodontais. Materiais como hidroxiapatita, fosfato de cálcio e colágeno são comuns nesse contexto.
A odontologia moderna tem incorporado diversos avanços tecnológicos que melhoram a performance dos materiais odontológicos.
A nanotecnologia tem permitido o desenvolvimento de resinas compostas e cimentos com partículas nanométricas que melhoram a resistência, o acabamento superficial e a adesão ao dente.
Os materiais bioativos, como ionômero de vidro modificado e cimentos à base de biovidro, promovem a liberação de íons que ajudam na remineralização do esmalte e na defesa contra bactérias, contribuindo para a saúde bucal a longo prazo.
A impressão 3D tem revolucionado a fabricação de próteses, guias cirúrgicos e modelos odontológicos, permitindo maior precisão, personalização e redução do tempo de produção.
O sucesso dos tratamentos odontológicos está diretamente ligado à escolha e ao manejo correto dos materiais odontológicos. Compreender as características, indicações e limitações de cada material é essencial para profissionais que buscam oferecer tratamentos eficazes, seguros e esteticamente satisfatórios. Além disso, a constante inovação e desenvolvimento de novos materiais proporcionam melhorias contínuas na prática clínica, beneficiando tanto os profissionais quanto os pacientes.
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