As lesões bucais representam um conjunto diversificado de alterações que acometem os tecidos da cavidade oral, podendo envolver a mucosa, gengivas, língua, palato, assoalho da boca e outras estruturas orais. Estas alterações podem ter etiologias variadas, incluindo causas infecciosas, traumáticas, autoimunes, neoplásicas, ou até mesmo reações a medicamentos e a outros agentes externos. O reconhecimento precoce e o diagnóstico correto das lesões bucais são fundamentais para um tratamento eficaz e para a prevenção de complicações mais graves, incluindo o desenvolvimento de lesões malignas.
Lesões bucais são qualquer alteração estrutural ou funcional que acomete os tecidos da cavidade oral. Elas podem variar desde pequenas manchas e ulcerações até tumorações e áreas de espessamento da mucosa. As lesões bucais podem ser classificadas quanto à sua aparência clínica, etiologia e potencial de malignização.
Clinicamente, as lesões podem ser apresentadas de diversas formas, como:
A identificação correta desses sinais é indispensável para o dentista e demais profissionais da saúde bucal, pois algumas lesões podem apresentar comportamento agressivo e exigir intervenções imediatas.
As lesões bucais podem ter diversas origens e, entendê-las, ajuda a direcionar o diagnóstico e a conduta terapêutica. Entre as principais causas, destacam-se:
O trauma é uma das causas mais comuns de lesões bucais e pode ser decorrente de acidentes, mordidas acidentais, próteses mal ajustadas ou hábitos parafuncionais, como o bruxismo. Essas lesões costumam se apresentar como úlceras traumáticas, áreas de hiperplasia (crescimento de tecido em resposta à irritação) ou até hematomas.
Diversos agentes infecciosos podem provocar lesões bucais, incluindo vírus, bactérias e fungos. Alguns exemplos comuns são:
Algumas doenças como o líquen plano, o pênfigo vulgar e o pénfigo foliáceo apresentam manifestações bucais típicas caracterizadas por lesões ulcerosas ou bolhosas. Estas condições geralmente requerem diagnóstico especializado e tratamento medicamentoso específico para controle dos sintomas.
Algumas lesões bucais podem representar processos neoplásicos ou pré-neoplásicos, como o leucoplasia, eritroplasia e carcinoma espinocelular. Estas alterações demandam atenção especial pelo risco de transformação maligna e a necessidade de intervenção rápida.
As lesões bucais podem ser classificadas de diversas maneiras, mas uma forma prática é observar a sua apresentação clínica e textura. Algumas categorias importantes são:
Conhecidas como leucoplasias, são áreas com aspecto esbranquiçado na mucosa que não podem ser removidas por raspagem. Podem ter origem em atritos, irritações ou serem indicativos de alterações pré-malignas.
Apresentam coloração avermelhada, podendo indicar algum processo inflamatório ou lesionais mais graves, como eritroplasia, que tem alta probabilidade de malignização.
Quando apresentam áreas vermelhas e brancas combinadas, o que pode indicar maior gravidade e potencial maligno.
São perdas de tecido com bordas irregulares, podendo ser decorrentes de traumas ou infecções, mas também de neoplasias.
Podem se apresentar como nódulos, placas ou massas. Alguns exemplos são papilomas, fibromas e neoplasias benignas ou malignas.
As lesões na cavidade oral podem ser assintomáticas, especialmente em fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. No entanto, alguns sintomas são frequentemente relatados pelos pacientes e ajudam a identificar a necessidade de investigação, tais como:
Para definir o diagnóstico de uma lesão bucal, é fundamental a realização de uma anamnese detalhada e exame clínico minucioso, feito preferencialmente pelo cirurgião-dentista ou especialista em estomatologia. Alguns métodos diagnósticos incluem:
Observação direta e palpação da lesão, avaliação do tempo de evolução, sintomas associados e hábitos do paciente (tabagismo, uso de álcool, medicações).
O tratamento dependerá da etiologia da lesão e do tipo de alteração apresentada. Em geral, as condutas podem incluir:
Se a lesão for consequência de trauma, é necessário eliminar o agente causador, ajustando próteses, evitando hábitos nocivos, ou corrigindo fatores oclusais.
Nos casos de lesões neoplásicas ou pré-malignas, pode ser necessária a excisão cirúrgica da lesão para evitar progressão ou malignização.
Lesões com potencial maligno ou crônicas, mesmo após tratamento, requerem monitoramento periódico para detecção de recidivas ou transformações.
A prevenção das lesões bucais baseia-se principalmente no controle dos fatores de risco e na adoção de hábitos saudáveis. Algumas medidas eficazes incluem:
É recomendável procurar um dentista ou médico especialista sempre que houver a presença de lesões bucais que:
O diagnóstico e o tratamento precoce aumentam significativamente as chances de controle efetivo e cura, além de minimizar complicações.
As lesões bucais constituem um importante desafio para a saúde pública e a odontologia, dada sua diversidade e potencial gravidade. Através da conscientização da população e da capacitação dos profissionais para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível reduzir a incidência de complicações, incluindo o câncer oral. Por isso, é essencial que qualquer alteração na mucosa bucal seja avaliada por um profissional qualificado.
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