Anestesia troncular: técnica, indicações e cuidados essenciais para procedimentos odontológicos eficazes e seguros

A anestesia troncular é uma técnica fundamental dentro da odontologia, utilizada para permitir procedimentos clínicos sem desconforto ou dor para o paciente. Essa modalidade de anestesia consiste na injeção do anestésico próximo a um tronco nervoso, bloqueando a condução dos impulsos dolorosos provenientes de uma região extensa da boca. Seu domínio é indispensável para cirurgiões-dentistas, pois garante maior segurança e eficiência durante tratamentos como restaurações profundas, extrações, endodontias e cirurgias orais.

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O que é anestesia troncular?

A anestesia troncular, também conhecida como bloqueio de nervo, é uma técnica anestésica regional que busca bloquear a transmissão nervosa em um tronco principal. Diferentemente da anestesia infiltrativa, que é aplicada perto do local a ser tratado e anestesia uma área limitada, a anestesia troncular atua diretamente sobre o nervo responsável por inervar amplas regiões da cavidade bucal, resultando em anestesia de áreas maiores, incluindo dentição, gengiva, mucosa e até mesmo músculos da mastigação, dependendo do nervo alcançado.

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Principais nervos bloqueados na anestesia troncular

Na odontologia, a anestesia troncular é usada principalmente para bloquear dois nervos importantes:

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  • Nervo alveolar inferior: Também chamado de nervo mandibular, é responsável pela inervação sensitiva da mandíbula, incluindo os dentes inferiores, gengivas e parte da mucosa bucal. O bloqueio desse nervo é vital para procedimentos em dentes inferiores, onde a anestesia infiltrativa pode ser insuficiente devido à espessura do osso mandibular.
  • Nervo maxilar posterior: Responsável pela inervação dos dentes posteriores superiores, além da mucosa adjacente e gengiva. O bloqueio desse nervo é útil em procedimentos envolvendo os molares superiores.
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Indicações da anestesia troncular

A anestesia troncular é indicada quando:

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  • É necessária anestesia de uma região extensa da cavidade oral, como todos os dentes de um hemimandíbula.
  • Procedimentos em dentes inferiores, principalmente molares, onde a anestesia infiltrativa apresenta menor eficácia.
  • Cirurgias orais que envolvem áreas amplas, incluindo remoção de terceiros molares, extrações múltiplas, e procedimentos periodontais e endodônticos.
  • Pacientes que apresentam desconforto com múltiplas punções, já que a anestesia troncular permite anestesiar grandes áreas com uma única aplicação.
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Anatomia e pontos de referência para a técnica

O sucesso da anestesia troncular depende do conhecimento anatômico preciso do local onde será aplicada. No caso do bloqueio do nervo alveolar inferior, o ponto de referência mais comum é próximo à língua da mandíbula, onde o nervo penetra no forame mandibular. Para isso, o dentista deve localizar estruturas anatômicas como:

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  • O ángulo da mandíbula
  • O ramo da mandíbula
  • O pterigóideo medial
  • A coroa do terceiro molar inferior
  • O plano oclusal dos dentes inferiores
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Já para o bloqueio do nervo maxilar posterior, o local de aplicação geralmente se situa na fossa pterigopalatina, atrás do tubérculo maxilar e próximas à fissura pterigomaxilar.

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Técnica para anestesia troncular inferior

A técnica do bloqueio do nervo alveolar inferior é uma das mais utilizadas em odontologia. Para sua execução, alguns passos são fundamentais:

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  1. Posicionamento do paciente: O paciente deve estar em posição confortável, com a boca aberta amplamente.
  2. Identificação dos marcos anatômicos: Utilizando a mucosa interna da bochecha, o dentista identifica a altura do plano oclusal dos dentes inferiores posteriores e o ramo mandibular.
  3. Inserção da agulha: A agulha é inserida na mucosa da bochecha, acima da linha oblíqua externa, direcionada para cima, para trás e para dentro, até alcançar a proximidade do forame mandibular.
  4. Injeção do anestésico: Após aspiração para evitar a injeção intravascular, o anestésico é administrado lentamente, bloqueando o nervo antes da sua entrada no canal mandibular.
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É comum que, junto ao bloqueio do nervo alveolar inferior, seja realizada a anestesia do nervo lingual, que passa mais medialmente e é responsável pela sensibilidade da língua e mucosa lingual ipsilateral.

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Complicações e cuidados na anestesia troncular

Embora seja uma técnica segura, a anestesia troncular pode apresentar algumas complicações se realizada inadequadamente:

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  • Lesão nervosa: A punção direta no nervo pode causar parestesia temporária ou, em casos raros, permanente.
  • Hematoma: Lesão de vasos sanguíneos durante a punção pode levar ao acúmulo de sangue e formação de hematomas.
  • Injeção intravascular: Pode causar efeitos sistêmicos indesejados do anestésico.
  • Falha anestésica: Decorrente de posicionamento incorreto da agulha, pode exigir nova técnica ou complemento com anestesia infiltrativa.
  • Trismo e desconforto muscular: Quando o anestésico atua em músculos próximos, pode ocorrer rigidez temporária da mandíbula.
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Para minimizar esses riscos, é fundamental que o dentista tenha profundo conhecimento anatômico, utilize técnica adequada, realize aspiração antes da injeção e mantenha uma comunicação clara com o paciente.

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Tipos de anestésicos utilizados

Os anestésicos mais comumente usados na anestesia troncular são os do grupo dos anestésicos locais amida, devido à sua eficácia e segurança. Os principais são:

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  • Lidocaína: Considerada padrão ouro, tem início de ação rápido (1 a 3 minutos) e duração média de 60 a 90 minutos.
  • Articaína: Apresenta maior difusão tecidual, podendo ser vantajosa em algumas situações, com duração semelhante à lidocaína.
  • Prilocaína e mepivacaína: Também utilizadas conforme necessidade clínica e perfil do paciente.
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Além disso, a associação com vasoconstritores, como adrenalina, frequente nos anestésicos odontológicos, ajuda a prolongar o efeito anestésico e diminuir o sangramento local.

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Vantagens da anestesia troncular

As principais vantagens dessa técnica incluem:

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  • Anestesia de áreas extensas com uma única punção, aumentando o conforto do paciente.
  • Maior eficácia em regiões de osso denso onde a anestesia infiltrativa pode ser ineficiente, como a mandíbula.
  • Permite a realização de procedimentos mais complexos sem dor.
  • Redução do tempo de tratamento em comparação com múltiplas anestesias infiltrativas.
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Considerações finais

A anestesia troncular é uma ferramenta indispensável no arsenal do cirurgião-dentista. Seu conhecimento detalhado e preciso é crucial para o sucesso de tratamentos odontológicos que envolvem procedimentos invasivos na mandíbula e em outras áreas amplas da cavidade oral. Apesar de sua eficácia, o profissional deve estar atento às técnicas corretas, aos pontos de referência e às possíveis complicações para oferecer segurança e conforto ao paciente.

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Investir no aprimoramento da técnica e no conhecimento anatômico faz toda a diferença na prática clínica, tornando a anestesia troncular um recurso valioso para o dia a dia odontológico.

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