Odontologia

Osteotomia na Odontologia: Técnicas, Indicações e Avanços Tecnológicos para o Tratamento Ósseo

Osteotomia na Odontologia: Técnicas, Indicações e Avanços Tecnológicos para o Tratamento Ósseo

A osteotomia na odontologia é um procedimento cirúrgico que envolve o corte ou remoção de partes do osso para facilitar o tratamento de diversas condições bucais e maxilofaciais. Esta técnica é fundamental em várias especialidades odontológicas, incluindo a cirurgia bucomaxilofacial, implantodontia, ortodontia e periodontia. Através da osteotomia, é possível realizar correções estruturais, preparar o sítio para implantes dentários ou até mesmo reposicionar segmentos ósseos para melhorar a estética e a função.

O que é osteotomia?

O termo “osteotomia” deriva do grego: “osteo”, que significa osso, e “tomia”, que significa corte. Sendo assim, a osteotomia é o corte cirúrgico realizado no osso. Dentro da odontologia, esse procedimento é utilizado para modificar a estrutura óssea da mandíbula, maxila e outros ossos relacionados à cavidade oral. A ideia principal é criar mobilidade óssea que permita ajustes ou remoções que sejam necessárias para o tratamento clínico.

Na prática odontológica, a osteotomia pode ser feita de diferentes formas, dependendo do objetivo e da região a ser trabalhada. Ela pode ser segmentar, quando apenas uma parte do osso é cortada e reposicionada, ou mais extensa, quando grandes porções ósseas são removidas ou modificadas.

Indicações da osteotomia na odontologia

A osteotomia tem múltiplas indicações, variando conforme a especialidade e a condição do paciente. Entre as principais indicações, destacam-se:

  • Correção de deformidades ósseas: Pacientes com assimetrias faciais, retrognatismo, prognatismo e outras alterações esqueléticas podem se beneficiar da osteotomia para reposicionamento mandibular ou maxilar.
  • Ortodontia: Em casos em que a movimentação dentária é limitada pela estrutura óssea, a osteotomia pode facilitar a movimentação dentária acelerada, como nos procedimentos de osteotomia segmentar.
  • Preparação para implantes dentários: Em situações com déficit ósseo significativo, a osteotomia pode ser parte do enxerto ósseo, permitindo a criação de um leito adequado para a instalação dos implantes.
  • Tratamento de doenças patológicas: Em algumas lesões ou tumores ósseos, a osteotomia pode ser necessária para a ressecção do tecido acometido.
  • Cirurgia ortognática: Procedimento para corrigir discrepâncias esqueléticas da face, essencial para a melhora funcional e estética do paciente.

Tipos de osteotomia na odontologia

Existem diversos tipos de osteotomias realizadas em odontologia, cada uma com indicações e técnicas específicas. Entre as mais comuns, podemos destacar:

Osteotomia sagital da mandíbula

Utilizada em cirurgias ortognáticas para corrigir alterações no posicionamento mandibular, seja para avançar, retrair ou rotacionar a mandíbula. O corte é realizado na região sagital da mandíbula, permitindo o reposicionamento dos segmentos ósseos de forma precisa.

Osteotomia de Lefort

Essa osteotomia visa à movimentação da maxila, sendo utilizada em cirurgias ortognáticas para correções como avanços maxilares, correção de assimetrias e tratamento de deformidades craniofaciais.

Osteotomia segmentar

Consiste no corte e reposicionamento de segmentos ósseos menores, normalmente aplicado para movimentação dentária acelerada ou correção de pequenas deformidades ósseas que impedem o alinhamento dental.

Osteotomia alveolar

Realizada na região alveolar, é comumente utilizada para preparação do leito receptor em implantes dentários ou para remoção de defeitos ósseos locais, facilitando o processo restaurador e reabilitador.

Técnicas e instrumentos utilizados

O sucesso da osteotomia depende do planejamento prévio, avaliação clínica e radiográfica detalhada do paciente, e da escolha adequada das técnicas e instrumentos. Entre os principais métodos e ferramentas utilizados estão:

  • Classic rotary instruments: Serras e brocas montadas em motores cirúrgicos que promovem cortes precisos no osso.
  • Serras oscilatórias: Aparelhos que permitem cortes finos e controlados, reduzindo trauma ao tecido ósseo.
  • Ultrassom piezoelétrico: Tecnologia que utiliza vibrações para realizar cortes ósseos com alta precisão, minimizando danos aos tecidos moles adjacentes como nervos e vasos sanguíneos.
  • Modelagem virtual e guias cirúrgicos: Com o auxílio de tomografias e software 3D, é possível realizar um planejamento virtual e fabricar guias que orientam a osteotomia de forma muito mais segura e eficiente.

Além dos instrumentos, o uso de anestesia local ou geral é fundamental, dependendo da extensão do procedimento e da tolerância do paciente.

Cuidados pré e pós-operatórios

Como todo procedimento cirúrgico, a osteotomia requer cuidados específicos antes e depois da cirurgia para garantir a melhor recuperação possível e minimizar complicações.

Cuidados pré-operatórios

  • Avaliação clínica e radiográfica completa: Exames como tomografia computadorizada auxiliam no diagnóstico e planejamento.
  • Higiene oral rigorosa: Redução da carga bacteriana diminui o risco de infecção.
  • Avaliação geral do paciente: Análise de condições médicas associadas que possam interferir na cirurgia.
  • Esclarecimento dos riscos e consentimento informado: Explicar ao paciente todos os procedimentos, riscos e benefícios.

Cuidados pós-operatórios

  • Controle da dor e inflamação: Prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios.
  • Antibióticos quando indicados: Para prevenção de infecções, conforme avaliação do cirurgião.
  • Manter restrição alimentar: Evitar alimentos duros que possam comprometer o local operado.
  • Não manipular a região: Evitar trauma e infecções locais.
  • Higiene oral cuidadosa: Uso de antissépticos bucais para manter o local limpo sem traumatizar a região.
  • Acompanhamento pós-operatório: Visitas regulares para avaliar a cicatrização e detectar possíveis complicações precocemente.

Possíveis complicações

Apesar de ser geralmente um procedimento seguro, a osteotomia pode apresentar algumas complicações, que devem ser conhecidas pelo cirurgião e paciente. Dentre as principais, destacam-se:

  • Infecção: Pode ocorrer devido à contaminação durante ou após o procedimento.
  • Edema e hematoma: Inchaço local é comum, mas pode ser excessivo em algumas situações.
  • Dano a nervos: Lesão do nervo alveolar inferior ou outro nervo pode causar parestesias ou anestesias temporárias ou permanentes.
  • Insucesso na consolidação óssea: Onde o osso pode não se unir adequadamente, levando a mobilidade ou até necessidade de revisão cirúrgica.
  • Alterações na motricidade mandibular: Dificuldade na abertura e fechamento da boca.

Osteotomia e avanços tecnológicos

Nos últimos anos, o desenvolvimento tecnológico tem favorecido a realização de osteotomias mais precisas, seguras e menos invasivas. O emprego da tecnologia piezoelétrica, guiada por imagens tridimensionais, tem revolucionado os procedimentos, proporcionando cortes minimamente traumáticos e sofrimento reduzido ao paciente.

Além disso, o planejamento digital e a impressão 3D de guias cirúrgicos permitem pré-visualizar e planejar com exatidão cortes e reposicionamentos ósseos, aumentando a previsibilidade e os resultados estéticos e funcionais.

Considerações finais

A osteotomia é um recurso cirúrgico indispensável em odontologia para o tratamento de diversas condições que envolvem alterações ósseas. A correta indicação, planejamento detalhado e o uso de técnicas adequadas possibilitam torná-la um procedimento seguro, eficaz e com ótimos resultados para o paciente.

É importante que o profissional esteja atualizado com as novas técnicas e tecnologias para oferecer o melhor atendimento e que o paciente siga todas as orientações pré e pós-operatórias para garantir o sucesso do tratamento.

Sthefany Storini

Sthefany Storini

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Estudante e Estagiária de Odontologia

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